segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Uso do Raio-X exige cuidados especiais.

               Uso do Raio-X exige cuidados especiais.

                Pesquisa revela que brasileiros estão sendo expostos sem necessidades à radiação...
O uso do Raio-X é o principal responsável pela exposição da população a fontes artificiais de radiação, segundo pesquisa realizada pela  revista “Radiologia Brasileira”. Ao todo, foram realizados cinco estudos que reúnem dados de hospitais dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Paraná e Pernambuco. No entanto, a exposição excessiva não é apenas um problema brasileiro: segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado no mês passado na cidade de Genebra, países com elevados níveis de tratamento de saúde são os mais propícios ao problema. Entre as razões dos danos causados pela radiação estão os maiores números de exames feitos sem necessidade, equipamentos radiológicos descalibrados e antigos, e funcionários mal treinados que não sabem aplicar as “doses” de radiação correta.

“O que ocorre é que uma exposição prolongada aos raios-X pode ser extremamente danosa ao organismo humano, pois provoca a destruição de suas células e até pode causar mutações genéticas responsáveis pelo câncer”, explica o professor de Física médica da Unesp de Botucatu, Joel Mesa Hormaza.
Hormaza afirma que os danos causados pelo uso inadequado da técnica de raio-X podem ser irreversíveis ao organismo humano.  “Os efeitos da radiação dependem da dose recebida. Quando é localizada sobre determinado órgão, pode destruí-lo ou lesá-lo. É comprovado que a exposição prolongada à radiação ionizante pode provocar doenças como anemia, leucemia, câncer de pele, câncer ósseo, tireóide etc”, completa.
 O professor da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Giovani Guido Cerri, explica que os exames são necessários e o dever do profissional é garantir proteção aos pacientes. “A utilização desse tipo de radiação representa um avanço da medicina, porém requer que as práticas sejam efetuadas em condições de segurança totais. É dever da instituição que fornece o serviço garantir proteção radiológica aos pacientes, profissionais e ao público em geral”, aponta.
Além dos cuidados especiais com o manuseio dos equipamentos, que deve ser feita com instrumentos de rádio-proteção, os hospitais e clínicas devem se preocupar também com as barreiras feitas de materiais que sejam capazes de absorver radiações, as chamadas blindagens, como painéis e portas com miolo de chumbo, um tipo de metal indispensável em trabalhos que envolvam materiais radioativos ionizantes.
Entre os exames que mais emitem radiação ionizante está tomografia computadorizada, vista no meio clínico como um dos maiores avanços da medicina por possibilitar imagens muito mais nítidas. A quantidade de radiação pode chegar a ser dez vezes superior à emitida pelos aparelhos convencionais. No entanto, novos tomógrafos já estão sendo fabricados com softwares que modulam a dose adequada de radiação de acordo com tipo físico de cada paciente.
Não há um limite para a quantidade de radiografias e tomografias feitas por pessoas. No entanto, os médicos aconselham uma média de cinco por ano. “Esse número é uma média para adultos e crianças, uma vez que o aparelho é ajustado conforme peso e idade, de modo a nivelar as emissões de radiação”, explica Giovani Cerri.
No entanto não há motivos de alarde. No geral, os benefícios superam os riscos. “Perigos existem sim, mas cabe à mídia o papel de também ressaltar as utilidades desse tipo de tecnologia. Não basta apenas apontar os riscos e não comentar os benefícios que, por sinal, são superiores aos danos”, conclui o professor Cerri.

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